domingo, 16 de dezembro de 2007

TV digital inaugura nova era no Brasil

Emissoras exibem hoje à noite o vídeo inaugural do novo sistema, que promete imagem melhor e interatividade

ANA PAULA PEDROSA

Às 20h30 de hoje, quando um pool de emissoras exibirem em cadeia nacional o vídeo que lançará oficialmente a TV digital no Brasil, a televisão brasileira estará entrando também em uma nova era. Desde o início das transmissões em cores, em 1972, não se via uma revolução tão grande. "Será um marco tão grande quanto o início das transmissões em 1950 e a chegada da televisão a cores na década de 1970", diz o presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero.

Ele diz que a velocidade de popularização da nova tecnologia dependerá de dois fatores: a oferta de conteúdo e a venda de conversores, chamados set top boxes, e televisores já adaptados à recepção digital. Em relação a conteúdo, a produção nacional já é totalmente digital. O que muda é o sistema de transmissão das emissoras, que deve exigir investimentos da ordem de R$ 6 bilhões em equipamentos nos próximos dez anos, e os recursos disponíveis.

Imagem melhor
Além de digital, os programas podem ser rodados em alta definição, que confere qualidade de cinema às imagens. Hoje somente as novelas "Duas Caras", da Globo, e "Dance, Dance, Dance", da Band, são produzidas nesse sistema. As emissoras prometem colocar no ar em breve seriados, shows e jogos de futebol em alta definição. O conteúdo digital também inclui interatividade e multiprogramação, que serão incluídos aos poucos no dia-adia do brasileiro.

Já o sucesso na venda de conversores e aparelhos de TV está relacionado à velocidade de queda nos preços dos produtos. O preço dos aparelhos que já estão nas lojas é proibitivo para a maioria dos brasileiros. Por enquanto, Positivo, Semp Toshiba e Philips vendem o conversor em São Paulo, com preços entre R$ 500 e R$ 1.200 - em muitos casos, chegam a ser mais caros que o próprio aparelho de TV. A Positivo oferece dois modelos, um para televisões convencionais e outro para TVs de plasma e LCD, com entrada para sinal de alta definição. Os preços são, respectivamente, R$ 500 e R$ 700. A Toshiba tem os mesmos tipos de aparelho, a R$ 800 e R$ 1.200. A Philips tem um conversor a R$ 1.100, apenas para TVs mais sofisticadas.

Outros fabricantes já anunciaram a produção ou importação, caso da Sony, que trará um conversor unicamente para sua linha de televisores Bravia, a R$ 1.000, e a CCE, que promete um conversor a preços mais acessíveis e compatíveis com qualquer TV para o primeiro trimestre de 2008.

Produção mineira
A mineira STB, de Santa Rita do Sapucaí, vai colocar no mercado ainda este mês dois modelos que ainda não têm preços estimados para o consumidor. O custo de produção é de R$ 350 para o modelo adaptável às TVs de tubo e R$ 500 para o conversor destinado aos aparelhos de plasma e LCD. Os aparelhos de TV já com conversores embutidos custarão cerca de 15% a mais que os equipamentos de plasma e LCD vendidos atualmente. Esses televisores também devem começar a ser vendidos este mês.

Fonte: Otempo

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