sábado, 15 de dezembro de 2007

Faltam conversores na estréia da TV digital

SÃO PAULO - A transmissão digital começa hoje na grande São Paulo, mas o comércio não está bem preparado para atender aos consumidores que querem contar com a tecnologia já na primeira exibição. O televisor com o conversor embutido está em falta.

Foi encontrado à venda pela reportagem, mas o consumidor precisa esperar até 20 dias a entrega do produto ou se contentar em levar para casa o item do mostruário (Samsung, 52 polegadas, por R$14.999 à vista). A Casas Bahia tem dois modelos de televisores digitais em exposição – LG e Samsung – na Super Casas Bahia, megaloja de Natal da rede, mas diz que os aparelhos “só estarão à venda quando os fabricantes disponibilizarem” os produtos. Os conversores – que permitem que as TVs já disponíveis no mercado recebam o sinal digital - começaram a ser vendidos apenas poucos dias antes do início da transmissão. Em alguns lugares, como no Ponto Frio, a venda só começa amanhã. Ontem, Extra e Wal-Mart iniciaram as vendas de conversores, mas sem previsão da chegada das TVs com o equipamento. O Carrefour passaria a vendê-los hoje, e as Lojas Americanas, no dia 12. (Folhapress)

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Consumidor gastará no mínimo R$500

SÃO PAULO - Não é só a área geográfica que vai limitar o número de pessoas com acesso à TV digital aberta. Com a transmissão do sinal restrito à grande São Paulo, por enquanto, e com previsão de cobrir todo o Brasil apenas em 2013, o sucesso da novidade vai depender do investimento dos consumidores em novos aparelhos (pelo menos R$500), que podem não funcionar nas chamadas áreas de sombra. Diferentemente do sinal analógico, em que a recepção é possível mesmo com chuviscos e fantasmas, o digital pega ou não pega, sem meios-termos.

O representante de um dos fabricantes consultados pela reportagem, que preferiu não se identificar, disse que não há vantagens em comprar logo uma TV com conversor embutido porque, quando a interatividade plena (envio de dados para a emissora) for possível, o televisor terá que ser novamente trocado para usufruir dessa interação, assim como os conversores, mas, pelo menos com esses, o “prejuízo” será menor.

Por todas essas limitações, os órgãos de defesa do consumidor aconselham os telespectadores a esperar um pouco mais para entrar no “mundo digital”. Para Luiz Fernando Moncau, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), “o melhor é esperar”. Conforme orientação no site da entidade, “a ordem é não se afobar e não comprar aparelhos que prometem muito e, no fundo, pouco fazem”. A Fundação Procon-SP, ligada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do estado, vai monitorar as vendas de conversores e televisores com o aparelho já embutido e fazer fiscalizações em breve para avaliar as informações que constam no manual de instruções, nas embalagens dos produtos e como os clientes estão sendo atendidos pelos vendedores das lojas. Carlos Coscarelli, assessor-chefe da entidade, argumenta que é o consumidor quem deve decidir se a compra vale a pena, mas ele tem de estar bem informado para fazer essa escolha conscientemente. (Folhapress)

Fonte: Correiodabahia

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