sábado, 27 de dezembro de 2008

Integração digital

Um ano depois de chegar ao Brasil, a TV digital ainda não é uma campeã de audiência. Presente em oito cidades em Porto Alegre, a RBS estreou as transmissões pelo canal 34 UHF em 4 de novembro , o sinal digital chega a menos de 0,3% dos 90 milhões de televisores existentes no país. Mas, aos poucos, os brasileiros vão se preparando para receber a nova tecnologia. As telas de plasma e cristal líquido (LCD) com o conversor para a TV digital integrado já respondem por quase metade das vendas de alguns modelos, principalmente os maiores.

– Das nossas vendas de telas de mais de 42 polegadas, 40% têm o conversor integrado – diz Fernanda Summa, gerente da linha de tevês da LG no Brasil, que tem 12 modelos, entre 32 e 60 polegadas, com o conversor integrado, e outros 12 sem.

Não é uma decisão simples. Uma boa tela de plasma ou LCD dura muitos anos. Já o conversor pode ter uma vida útil mais curta. A principal função desse aparelho é converter o sinal digital (a linguagem binária de 0 e 1 dos computadores) em imagens e sons na tela da TV. Mas, no futuro, ele também proporcionará um dos mais promissores recursos da TV digital: a interatividade, que dará ao telespectador acesso a guia eletrônico de programação, seleção de câmeras, informações suplementares, comércio eletrônico e interação com programas e com outros telespectadores.

Pesquisadores de várias universidades brasileiras trabalham no desenvolvimento do software Ginga, que fará essa interatividade. Quando ele estiver pronto, os atuais conversores se tornarão obsoletos, e se estiverem embutidos nas telas de TV, poderá não ser possível atualizá-los.

A questão é que a interatividade da TV digital é um horizonte ainda muito distante. Assim, o consumidor vai se deixando seduzir por atrativos mais imediatos. E o preço é um dos principais. Muitas telas com conversor embutido ainda chegam a custar R$ 2 mil mais caras do que uma igual sem o o equipamento. Mas, em alguns casos, a balança já pende para o lado do consumidor. A LG, por exemplo, vende uma tela de 32 polegadas com conversor por R$ 400 a mais do que uma sem. Porém, um conversor “avulso” com conexão HDMI (necessária para imagens em alta definição) não sai por menos de R$ 800.

– O consumidor ganha em praticidade e economia. As telas com conversor integrado gastam menos energia e não exigem um cabo extra para conectar dos dois aparelhos. E também haverá um controle remoto a menos – diz Fernanda, da LG, justificando o foco da empresa em produzir conversores apenas integrados às telas (a marca não tem uma linha apenas de conversores).

A queda dos preços é também o principal motivo para as telas finas (com ou sem conversor) estarem vendendo como nunca. Modelos mais procurados, como os de 32 polegadas e 720 linhas de pixels (um padrão de alta definição intermediário conhecido com HD Ready, inferior às 1.080 linhas do Full HD, que oferece alta definição plena) são encontrados por menos de R$ 2,5 mil. O resultado é que o segmento, que crescera 230% entre 2006 e 2007, deu um salto de outros 200% de janeiro a outubro de 2008.

As telas de plasma e LCD já respondem por 20% dos televisores vendidos no país, ou cerca de 2 milhões de aparelhos, contra 80% das TVs de tubo. Em 2006, os modelos de tubo significavam 97% das vendas.

Embora a alta do dólar tenha interrompido o ritmo de queda dos preços (e até pressionado para cima), um estudo da empresa de pesquisa Display Search, divulgado em outubro, diz que a crise econômica deve levar os fabricantes a reduzirem os preços.

Fonte: Zerohora

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