Três meses transcorridos do início de operações, digamos, simbólico, da TV digital no Brasil, as coisas andam mais devagar do que se imaginava, o mercado não respondendo às expectativas criadas em torno da novidade tecnológica. E nessa ansiedade, ora contaminando vários setores envolvidos no desenvolvimento e na implantação da TV digital, começam a aparecer razões e também culpados. O governo culpa a indústria, que por sua vez culpa o governo, mas o grande vilão, segundo o noticiário dos jornais diários da semana, é o Ginga.
O Ginga é o software de interatividade desenvolvido por pesquisadores brasileiros, o código que teoricamente comandaria a interatividade em todos os conversores e aparelhos de TV de qualquer fabricante. E interatividade é o grande apelo da TV digital para o consumidor que não se mostra muito seduzido apenas com a alta definição e quer novidades. Ocorre que a indústria não está produzindo o Ginga, conforme previsto, alegando indefinição quanto à suposta isenção de royalties. Os fabricantes dizem não ter segurança sobre essa questão legal e empacaram a produção.
Uma reunião realizada esta semana entre representantes de emissoras e fabricantes concluiu que para fazer andar a TV digital será preciso criar e veicular campanhas publicitárias regulares e exigir maior empenho do governo em relação aos subsídios prometidos. Quanto à publicidade na TV digital, tudo continua na mesma. As agências aguardam o desenrolar desse nó para criarem formatos efetivamente adequados à interatividade, o grande apelo mercadológico da TV digital para o anunciante.
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TV digital opera em dezembro na Bahia
A agenda é prerrogativa do Ministério das Comunicações, mas num dia qualquer do mês de dezembro próximo, o sistema de TV digital estará operando na Bahia. A data certa não foi definida, pois o sistema também será inaugurado em outros estados. O fato é que faltando dez meses para o início das operações, as emissoras fazem os investimentos necessários, dentro dos parâmetros técnicos já definidos. TV Bahia, TV Itapoan, TV Aratu e TV Bandeirantes, as quatro confirmaram que cumprirão o cronograma previsto.
O investimento inicial compreende a instalação de uma antena, transmissores e modulador, equipamentos orçados em torno de R$2,8 milhões por emissora, ou seja, mais de R$10 milhões, considerando as quatro emissoras comerciais. Numa segunda etapa, a partir de janeiro de 2009, os investimentos serão direcionados para a produção de programas, jornalismo, comercial num montante que nenhuma das emissoras ouvidas soube estimar. A TV digital deve operar apenas na capital. No interior, as emissoras trabalham com um cronograma mais elástico.
Quanto ao espaço comercial, as agências em geral ainda não avaliaram as vantagens para seus clientes. Por enquanto, apenas a Propeg planeja enviar um diretor para o Japão para verificar a operação do varejo e os formatos de interatividade na TV digital.
Fonte: Correiodabahia



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