segunda-feira, 10 de março de 2008

Problema com patentes emperra TV interativa

Um problema jurídico impede o lançamento da TV digital interativa no Brasil. Blocos de software que fazem parte do Ginga, sistema de interatividade criado por pesquisadores locais, podem exigir pagamento de royalties para a empresa americana Via Licensing. Ela é dona de patentes do MHP, software de interatividade europeu, e do OCAP, americano, com os quais o Ginga é compatível.

"As especificações técnicas do Ginga já estão prontas desde 2 de dezembro", afirmou Paulo Henrique Castro, coordenador do Módulo Técnico do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), referindo-se à data de lançamento da tecnologia em São Paulo.

A interatividade vai permitir serviços parecidos com os da Internet na TV aberta, como escolha de câmeras e trilhas sonoras, clicar em imagens para obter mais informações, compras e troca de mensagens com outros espectadores. Não existe no mercado nenhum conversor (também chamado de set-top box) ou televisor com o Ginga.

Segundo o professor Luiz Fernando Soares, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, um dos pais do Ginga, os lançamentos podem acontecer no segundo semestre. Esta semana, o Fórum do SBTVD fechou um acordo com a empresa americana Sun Microsystems, criadora da linguagem de programação Java, para criar um substituto em software livre, que não exige pagamento de royalties, dos módulos do GEM, que pertencem à Via Licensing.

Na Europa, os fabricantes precisam pagar US$ 1,75 por equipamento vendido à Via Licensing, e cada emissora US$ 100 mil, para oferecer interatividade para 2,5 milhões de espectadores ou mais. "Os radiodifusores na Itália estão furiosos, porque o pagamento não era previsto quando adotaram a tecnologia", disse Castro. No fim do ano passado, quando a TV digital estreou no Brasil, os pesquisadores que criaram o Ginga diziam que a tecnologia estava pronta, enquanto a indústria falava que não. "Existe muito ruído", disse o professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba, que liderou os trabalhos do Ginga-J, parte do sistema que usa o GEM.

Fonte: Monitormercantil

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