sábado, 29 de março de 2008

Isenção para celulares com TV digital pode não incentivar produção desses aparelhos

Com o advento da terceira geração, fornecedores passaram a ter chance de lucrar com a oferta de vídeos, o que não os motiva para transmitir um sinal aberto e grátis.

Por Luiza Dalmazo, do COMPUTERWORLD

A televisão aberta no celular soou como uma das possibilidades trazidas pela TV digital que agradaria a população. As pessoas passariam mais horas vendo a programação, durante os trechos que percorrem de carro ou ônibus para o trabalho e isso representava mais público também para que as emissoras cobravam pelos anúncios – uma garantia para o novo modelo de negócio e o retorno do investimento feito na nova tecnologia.

O anúncio do governo federal em março deste ano de que ofereceria isenções fiscais dentro do Processo Produtivo Básico (PPB) para as fabricantes de celular, poderá ser fracassado, o que representaria o fracasso da tentativa de aumentar a adesão ao novo padrão de televisão aberta.

A proposta do governo de oferecer os mesmos descontos de impostos a que tem direito os itens de informática exige que as fabricantes de aparelhos móveis incluam nos modelos de terceira geração (3G) a capacidade de receber o sinal do padrão brasileiro de TV digital.

De acordo com Luciano Leonel Mendes, professor mestre do grupo de pesquisa em comunicações em fio do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), o problema é que as operadoras têm a opção de fornecer vídeo pela rede 3G e cobrar por eles. “Só isentar de taxas não é suficiente, também porque as fabricantes recebem o subsídios das operadoras”, afirma.

Hoje, um celular de mil reais sai por 30 reais – ou até de graça – para o cliente que assinar contrato de um determinado tempo e plano, por conta desse subsídio das operadoras.

Portanto, se a fabricante oferecer um aparelho com recurso para receber o sinal aberto da tevê digital e não receber o subsídio da operadora, a isenção de taxas tem que ser o suficiente para o valor do aparelho ficar nessa faixa de 30 reais que hoje é o que o consumidor paga, segundo ele.

Fonte: Computerworld

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