A televisão que você conhece vai mudar. Depois de anos de demoradas e extensas discussões, a tão esperada TV Digital Terrestre está chegando ao Brasil. As primeiras transmissões ocorreram na noite do último dia 2, um domingo, na Estação Julio Prestes, em São Paulo. Essa é a principal mudança da história televisiva, maior até do que a chegada das cores ao Brasil, em 1972. Entretanto, paira sobre a cabeça dos telespectadores uma verdadeira confusão. Pouca gente sabe direito o que é a TV digital, como funciona e o que é preciso para ver imagens em alta definição.
O especialista em telecomunicações Marcus Vinícius Caciquinho, diretor da seção goiana da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas, aponta que um fator que não tem sido levado em consideração é o impacto que a TV digital causará na vida das pessoas. Caciquinho explica que o Sistema Brasileiro de TV Digital é baseado no padrão japonês, que permite, além de melhorias na qualidade da imagem, adaptações como a mobilidade (possibilidade de ver TV em carros, notebooks e celulares); a multiprogramação (receber mais de um programa no mesmo canal); e a “interatividade” (participar de programas e fazer compras pela TV). O problema, segundo o especialista, é que grande parte das novidades não está disponível, porque o software
“Ginga” ainda está em fase de desenvolvimento.
Segundo o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital, a grande mudança que o brasileiro vai experimentar nesses primeiros anos é o aumento da qualidade das imagens, que será semelhante à dos DVDs. Outros programas exibirão um padrão ainda melhor, a alta definição. Enquanto um bom monitor analógico hoje tem entre 480 e 525 linhas de resolução, a tecnologia digital pode chegar a 1.080 delas. Simplificando, as imagens são muito mais nítidas, sem ruídos ou interferências, e você pode dar adeus aos chuviscos e contornos borrados. Apesar da melhoria, a recepção continuará gratuita.
Em Casa
Para assistir a programas em alta resolução na boa e velha TV da sala, você vai precisar de um conversor (“set-top box”) e uma antena UHF. O equipamento recebe os sinais da antena, os decodifica e repassa para a televisão. A maioria dos fabricantes anunciou até agora dois modelos de conversores: um mais simples, para as TVs de tubo, e outro para as de plasma (LCD), que comportam alta resolução e custam hoje mais de R$ 3.000. Mas fique tranqüilo, pois ninguém será obrigado a migrar para o sistema agora. O sinal analógico continuará sendo transmitido até julho de 2016.
O conversor digital ainda não pode ser encontrado nos comércios de Goiânia. Em São Paulo, algumas lojas já têm aparelhos considerados prontos para receber o sinal sem precisar do equipamento, lançados na semana passada pela Philips e Samsung. O preço assusta, variando entre R$ 7 mil e R$ 15 mil. Mesmo recebendo sinal em alta resolução, esses aparelhos não são compatíveis com o Ginga. Os fabricantes informam que não será possível instalar o sistema em versões anteriores. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que o consumidor aguarde até que as mudanças estejam consolidadas para se adaptar ao novo padrão.
Para quem gosta de assistir TV pelo computador, existem conversores específicos que se parecem com uma pendrive e custam em média R$ 400, lançados pela Gradiente e Tectoy.
Segundo Caciquinho, outro problema é que a infra-estrutura de muitos locais é insuficiente para receber o sinal digital. Como exemplo, ele cita um levantamento constatando que 95% dos edifícios de Goiânia não têm antenas UHF, que são responsáveis pela captação do sinal digital.
Fonte: Dm
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
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